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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

QUANDO MEU CANTO ACABA

A Igreja nos ensina que devemos sempre fazer uma meditação sobre a morte, coisas como: Ver seu próprio velório, imaginar como seria seu julgamento em vista da sua conduta atual, etc. Essa maneira de meditação (método que faço por vezes e é muito bom) eleva nossa alma até Deus de uma maneira mais rápida do que orarmos em língua, pararmos para fazer qualquer tipo de oração utilizando os carismas do Espírito, sabe por quê? Porque esse método nos volta o olhar nossas misérias mais eficazmente, olhamos o quão pouco contribuímos para as obras de Deus e digo mais, o quão pouco nos tornamos imagem e semelhança de Deus. E quando deparamos nossos trabalhos com os trabalhos dos santos? Fica cada vez mais difícil ver-nos no céu com Deus.

Bom, deixando de lado toda filosofia relacionada à meditação sobre a morte, gostaria de propor a vocês outro tipo de meditação, muito semelhante à meditação já citada; essa meditação é desenvolvida para seu ministério.  

QUANDO MEU CANTO ACABA.

Quando Deus nos chamou, quando Deus nos conquistou por vezes tínhamos apenas uma das duas situações: “Já cantava/tocava ou não fazia ideia do que era cantar/tocar”.

 Porém Deus não se contentou somente em te conquistar com seu Amor, Ele queria mais, queria que você fizesse parte de seu Ministério de Música, unindo assim não somente o grupo de oração que você participa, mas todos os grupos de oração espalhados por todo o cosmo e unido também com os santos músicos que compõe nossa Igreja Triunfante e os seres celestiais que cantam a Deus 24h/dia por toda a eternidade. Essa é uma graça para poucos, um dom dado por Deus para poucos.

Em minha caminhada conheci uma pessoa, ela é muito querida e com sua postura de cristã e esposa sempre me fez acreditar que vale a pena ser católico, participamos no mesmo grupo de oração e o que mais me cativa é quando Deus a escolhe para profetizar na língua dos anjos, quanta docilidade, quanta unção e quão bela voz. Chego a acreditar que é um anjo cantando a Deus de tão bela voz que ouço, nunca vi nada igual e nem sequer parecido.

Agora vivemos alegres diante de Deus e dos homens, pois faço o que gosto e ainda sou capacitado por Deus, porém e se agora, neste exato momento você por algum motivo perdesse sua capacidade de exercer seu ministério?
Imagine você que canta para Deus perdendo sua voz porque sofreu um acidente e ficaria em tratamento por dois ou três anos no mínimo.

Imagine você que toca um instrumento sofresse um ataque de tendinite tão sério que seu braço, apenas um lhe deixasse incapaz de tocar seu instrumento, você não seria capaz de realizar sequer três minutos de ensaio.

Quão doloroso seria para você, quão sofrido seria para ti que sempre louvou a Deus por conta desse ministério. Nesse ponto você se pergunta: “Porque senhor?” No qual Ele mesmo responde: “... Eu faço nascer o sol sobre a cabeça dos bons e dos maus e faço chover sobre os justos e os injustos... (Cf. Mt 5, 45)” e você chega a conclusão de que você também mais cedo ou mais tarde poderia sofrer um acidente desse porte, pois afinal de contas você vive.

Agora imagine as pessoas falando de você: “Que pena, ela tinha a voz tão linda...”, “Que tragédia que foi acontecer com ele, tocava tão bem e era uma seta de Deus para nossa comunidade...”.
Sem pensar em uma tragédia, imagine seu ministério acabando simplesmente porque sua idade o obriga a isso. Como cantar com essa voz gasta? Como tocar se meus braços não obedecem na mesma velocidade de antes, afinal de contas nunca tive dinheiro o suficiente de fazer um ótimo curso e nunca fui tão aplicado assim nos exercícios para poder tocar, para poder cantar por isso agora já não posso mais exercer meu ministério.

Acabou! Não posso mais exercer meu ministério, o que farei?

É essa pergunta que você faz pra si e é essa pergunta que você coloca no coração de Deus.
Qual é a graça de ir ao grupo de oração se não posso fazer o que sempre fiz? Nesse momento muitos cristãos deixam de participar, sai da comunidade envergonhada, cabisbaixa e passa a ter uma sobrevida. Você conhece alguém assim na sua caminhada?
Se você perguntar ao Senhor o que Ele quer de você tenho a mais absoluta certeza que vai dizer: “não negues um benefício a quem precisa dele”, “não se afaste de ti a bondade e a fidelidade”, “partilha o teu pão com quem tem fome”. (Prov. 3,27; Prov. 3,3; Is. 58,7), pois todas essas ações não dependem seu ministério e sim sua intimidade com Deus. No final de tudo o que sobra é somente o Amor de Deus. (Cf. Mc. 13,31).

Com essa meditação simples, nosso amor a Deus vai deixando aos poucos de ser apoiado em nosso ministério e vai sendo configurado na amizade com Deus, na intimidade com Deus.

Mesmo sendo dado por Deus, nosso ministério é regida por homens e como tal nossa confiança não deve ser colocada nos homens. (Cf. Prov. 29,25).

Voltemos nosso olhar sempre para o Senhor, assim quando vier o momento de deixarmos de lado nosso canto, nossa confiança ficará somente no colo desse Senhor, pois se eu trabalho é para Cristo, a edificação de Sua Igreja e sua santificação.

Autor: Ronnam da Silva

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