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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Meu Deus meu Ídolo

Olá! Como está você, sua vida, família, amigos...?
E o seu Deus? Como está o seu Deus?
Essas são perguntas que normalmente respondemos: “Estão bem, obrigado! Eu creio em Deus e minha vida está ótima por isso”.
Nem sempre fui assíduo nas atividades da Igreja, fui batizado na infância e comecei a participar de fato na Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo aos 16 anos de idade, mas teve um período em que me afastei (dos 24 – 28 anos). Quando estava no limiar dos 28 anos eu falava pra mim mesmo: “Se eu voltar para a Igreja não poderei fazer certas coisas, nem poderei me enganar voltando e continuando a fazer o que faço.” Eu tinha uma visão de vida diferenciada dos demais que me rodeavam, não sou especial e nem gênio, apenas diferente. Na época eu namorava e ela via isso em mim, via a vontade que tinha de voltar para a Igreja e via também que não voltava por ter que renunciar algumas atitudes, algumas posturas.

E chegou o grande dia, o dia que disse: “Basta! Não posso continuar assim”.  E fora nessa ideia que voltei, foi nessa renúncia que voltei para a Igreja com a certeza no coração que fiz a melhor coisa na minha vida.
Inicialmente foi difícil viver na Igreja na base da renúncia, mas aos poucos fui me acostumando até que chegou um dia em que tudo ficou tranquilo, tranquilo até demais.

Encerrado esse breve testemunho de minha pequena vida creio que você tenha se assemelhado em algum ponto do testemunho, seja na renúncia, na saída da Igreja, no retorno ou na tranquilidade. O que quero agora é a atenção especial na tranquilidade de estar com Deus.
Você faz algum trabalho na Igreja e se preocupa apenas com as necessidades do trabalho, trabalha para o sustento da casa e se preocupa apenas com o trabalho externo, estudos a mesma coisa, família e amigos idem, porém se você parar e excluir tudo isso posso acreditar que lhe virá uma paz aparente com a seguinte exclamação: “Que sensação boa”.

Pois é meu caro, tenho que lhe dizer isso, preciso muito abrir seus olhos atentando que você está adorando um ídolo e coloca o nome dele de Jesus, Espírito Santo, Santíssima Trindade, Deus Pai. Eis o teu deus, eis onde está depositado seu coração, morrerás assim se deleitando nesse deus ídolo.


Por um acaso você conhece a origem da palavra ídolo? Essa palavra é um derivado de duas palavras, a palavra simulacro que quer dizer cópia, reprodução imperfeita e a palavra aspecto, figura, ou seja, “cópia de uma figura”. Em grego essa junção significa εἴδωλον, εἶδος.
Muito falado antigamente pelo povo eleito por Deus, o próprio Senhor escreveu em tábuas de pedra e entregou a Moisés. Sendo mencionado no primeiro mandamento da lei que o povo liberto, com mão forte recebera eis o que diz: “Não farás para ti imagem de escultura representando o que quer que seja do que está em cima no céu, ou embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra.” (Deuteronômio 5, 8). Ora, o que é a imagem de escultura se não um simulacro? E como vimos o simulacro é um ídolo.

Esse é o nosso primeiro mandamento e é justamente nele que não estamos observamos quando criamos um ídolo em nosso coração.

Isso não é prática nova, ela é muito antiga e tinha outros nomes, como baal por exemplo.
•    Baal é uma palavra semítica, ou seja, própria do Oriente Médio utilizada pelos hebreus, assírios, entre outros.
•    Baal significa senhor, lorde, marido ou dono.

Era comumente utilizado para designar seus deuses de barro, ouro, entre outras. Eles olhavam a imagem e o adoravam achando que iriam ser salvo, liberto, curado. Para tanto tinham vários deuses como, por exemplo, o Baal-Adad que era o deus dos ventos para os acadianos. Acadianos era o povo da Acádia, cidade da baixa Mesopotâmia, próximo também da Babilônia, se existisse hoje seria a 50 km de Bagdá, capital do Iraque.

Na época em que a humanidade vivia como nômade, era de extrema importância criar uma imagem e adorá-lo como seu deus, por isso quando Deus apareceu a Moisés não deu um nome, o que lhe foi oferecido foi: “אני מי שאני” que significa “Eu sou aquele que estou” (Êxodo 3, 14) Um Deus que está em todo lugar, como esse Deus não tinha nome, logo não tinha aparência.

É muito complicado adorar um Deus sem nome e sem aparência para o ser humano, pois como posso amar aquele do qual não vejo? Como adorar um Deus que não se mostra visivelmente e nem tem nome, sendo que, a vida toda, o ser humano estava acostumado a criar uma imagem, adorar essa imagem e sempre que precisasse chamasse o nome dessa imagem para socorrê-lo tendo-o no seu quarto, na sua sala, nas praças, etc.?

Era sim um Deus diferenciado e para quem quiser saber mais dê uma lida no livro do Êxodo e entenderá o porquê é um Deus diferenciado.

Aparentemente para você hoje não existe mais isso, mesmo porque o que temos é uma multidão de cristãos, que adoram um só Deus em três pessoas distintas que damos o nome de Pai, Filho e Espírito Santo. De fato é real que existe um só Deus e é o mesmo Deus que apareceu para Moisés, o mesmo Deus que na plenitude dos tempos se apresentou por Jesus Cristo, que nos mostra mais duas pessoas, a do Pai e a do Espírito Santo, nosso Advogado. Porém é errado achar que todos esses cristãos adoram esse Deus que mencionei isso infelizmente não é verdade.

Para provar isso irei relatar a vida de algumas pessoas que marcaram a história da humanidade e principalmente da Igreja.
1.    Noé – Teve seu cotidiano interrompido por Deus, que lhe avisara intimamente que deveria construir uma Arca do qual teria que colocar os animais para sobreviver a um possível dilúvio. Sua fé fora provada.
2.    Abraão – Nome que significa “Pai de muitos” teve sua fé provada, saiu de sua comunidade a mando de um “Deus sem nome e de fisionomia desconhecida” para um lugar que foi prometido por esse mesmo Deus.
3.    Moisés – Poderia ter uma vida boa como egípcio tendo como mãe a filha do faraó, mas Deus lhe reservou outra coisa, a libertação do povo escolhido da escravidão. Sua fé foi provada primeiramente para renunciar sua vida tranquila ao lado da filha do faraó. Depois teve sua vida provada novamente para renunciar sua vida de casado ao lado de sua nova família para morrer no deserto guiando e pastoreando o povo de Deus para a terra prometida.
4.    Davi – o mais novo dos irmãos fora consagrado rei e desde então sua vida fora provada para sempre fazer um “algo a mais” para Deus.
5.    Simão Pedro – Sua vida de conversão foi de pescador de peixes a pescador de homens, a quem abre e fecha as portas do céu em seus desígnios.
6.    Paulo de Tarso – Judeu doutor da Lei foi brutalmente interrompido diante de uma grande luz e escutou a voz de Jesus. Depois disso sua fé foi constantemente provada por açoites, prisões e no fim a degola, mas sempre e em todo momento ele testemunhou Jesus Cristo como Deus e Senhor.
7.    Estevão viva uma vida tranquila dentro da cultura grega. Teve que mudar seus conceitos tornando-se cristão e depois como diácono proclamou a fé em Jesus Cristo sendo condenado ao apedrejamento pelos Judeus por blasfêmia. Qual era a blasfêmia? Proclamar Jesus como Deus.
8.    Mônica – teve uma vida tranquila até ter um filho de nome Agostinho, louvando e adorando a Deus, passou trinta anos de sua vida a orar pedindo a esse mesmo Deus que concedesse ao seu filho a conversão a Cristo Jesus.
9.    Agostinho – Passou trinta anos de sua vida procurando algo maior que ele, dentro de uma grande crise pessoal abandonou-se no cristianismo a pedido de sua mãe Mônica e ao exemplo de Atanásio de Alexandria e de Antônio do Deserto (Antão do Deserto).
10.    Atanásio de Alexandria - É dele que vem a seguinte frase “Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade”. Só para salientar não se sabe o ano de seu nascimento, mas sua morte está relatada como que a dois de maio de 373.
11.    António do Deserto – Largou tudo que tinha, distribuiu aos pobres e foi viver no deserto como eremita procurando viver no mais alto grau tudo o que é ensinado no Evangelho de Jesus Cristo. Esse foi tentado pelo diabo, combateu as heresias, ajudou os cristãos perseguidos da época, realizou diversos milagres e era considerado santo em vida.
12.    Joana d’Arc – De camponesa, modesta e analfabeta se tornou a libertadora da França.
13.    Tereza de Ávila – Desde sua infância venerava a vida dos santos da Igreja e desde sempre entregou sua vida a Jesus Cristo.
14.    João Paulo II – Filho de militar em plena crise militar se afeiçoou ao teatro e foi até jogador de futebol em time amador, mas foi moldando sua vida ao de Jesus Cristo, tornando-se assim sacerdote, bispo e depois arcebispo de Cracóvia e posteriormente a Cardeal. No conclave de dezesseis de outubro de 1978 com o lema “TOTVS TVVS” (todo teu), como sucessor de Pedro defendeu a paz de Jesus no mundo e convertendo uma multidão de jovens ao cristianismo e a fé católica.

Poderia citar tantos outros como Madre Tereza de Calcutá, João da Cruz, José de Anchieta, Antônio de Santana Galvão, entre centenas de outros. Todos eles santos!

Então, depois de tanto escrever eu pergunto: Algum deles criou um ídolo em seu coração? Fez alguma imagem palpável desse Deus?

Com certeza não! Eles não se satisfizeram em criar um Jesus que coubesse em seus corações, mesmo com medo, com sono, com frio, calor, no analfabetismo, de dia ou de noite eles deixaram os corações deles serem moldados por Jesus. E o que acontece quando deixo Jesus amoldar o coração?

Acontece que você entra no mesmo questionamento do início do texto: “Se eu voltar para a Igreja não poderei fazer certas coisas, nem poderei me enganar voltando e continuando a fazer o que faço.” Só que agora não é mais “voltar para a Igreja” e o “fazer” e questão já não é mais o que fazia antes. Você sempre terá pontos na vida em que você irá se perguntar, sempre terá alguma posição onde seu coração ficará irrequieto. Então meu irmão, deixa de vacilação e não se conforme com esse deus que está aí a deixar seu coração tranquilo.

Autor: Ronnam de Lima da Silva

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